quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Ando escrevendo menos ...


sorrindo menos e quem sabe até mesmo vivendo menos.
- Confesso já ter ficado por horas sentada ao chão com caneta e papel nas mãos, vasculhando meu coração em busca de toda a emoção que me fazia escrever por horas e horas sem parar , mais tudo que encontrei foi um órgão frio e gelado, que apenas servia para bombear o sangue corrente pelas minhas veias, e mais nada !

Porém hoje, ao percorrer durante 2 horas um caminho que normalmente seria feito em 15 ou 20 minutos, fui acometida com uma sensação nostálgica que me fez sentir vontade da infância, saudades de ser livre, relembrei cada momento vivido quando eu era mais jovem, cada pessoa que eu conheci ao longo de minha infância e que me trouxe uma pequenina recordação .

Enquanto o vento gelado que me batia ao rosto, cortava meus pensamentos como um bisturi que corta os pulsos de alguém já cansado de viver . Fiquei pensando – quando somos crianças tudo que queremos é crescer , sermos livres , “donos do nosso próprio nariz” .
E então crescemos, mais descobrimos que éramos livres, quando criança, e agora somos prisioneiros do relógio, reféns de emoção, e tudo que queremos é voltar a ser criança, brincar de ciranda, rir do nada e por nada, brincar no quintal da casa de nossos avós como se o mundo todo sobrevivesse em apenas um único dia .

Me recordo de um certo dia estar no jardim da casa dos meus avós a brincar com algumas outras crianças, e de repente uma borboleta azul como o seu paira sobre minha cabeça, eu permaneço ali olhando-a hipnotizada , enquanto as outras crianças brincavam sem ligar para nada . E eu continuava abobada por todos aqueles tons de azul, que a borboleta exibia prepotente, como se soubesse que era linda.

Hoje anos depois, confesso me lembrar daquela borboleta quase todas as noites antes de dormir, como se o simples fato de me recordar dela acalma-se meu coração, como se uma simples borboleta tivesse o encanto, as respostas, os amores, as vontades, as magoas e as minhas saudades, dentro de suas delicadas asas anil. E lembrá-las faz exalar as poucos tudo que me fere , tudo que não é meu, e nem do meu coração .

Ah como eu queria volta a ser criança , para apenas fitar com o mesmo amor , aquela borboleta , meu pontinho azul de esperança . E ver emoção a pequenitude da imensidão

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